segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Mas você não foi!

Bom, você não foi. E não ligou. A mim, só restou indagar a sua intenção. Imaginando motivos possíveis. Será que você não foi porque realmente não pôde ou simplesmente não quis? Será que não ligou para não me magoar ou justamente o inverso disso?
Estou confusa, claro, achava que você iria.

Tanto que eu aguardei sua chegada por mais minutos do que deveria, inventando desculpas esfarrapadas para mim mesma. O trânsito, o horário... Qualquer pneu furado serviria. E até o último instante, juro, achei que você chegaria. Pedindo perdão pelo terrível atraso. Perdão que você teria, junto com uma cara de quem está acostumada, e assim encerraríamos o assunto. Mas você não foi.

Esperei outro tanto pelo seu telefonema, com todas as esclarecedoras explicações. Para cada razão que houvesse, pensei numa excelente resposta. Para cada silêncio, um 'eu te amo' sincero. Para cada sensatez calculada sua, uma loucura específica minha. Se você tivesse ligado do celular, eu atenderia. Se tivesse ligado de outro atalho, seria levemente avoada. Se a ligação caísse, eu manteria a calma.

Enfim, por muito mais tempo do que desejaria, mantive na ponta da língua tudo o que eu devia te dizer, junto ao meu desejo insaciável de ti ouvir. Faltou só apertar o botão verde aí no canto. Se ele tudo destruiu, ele tudo resolveria. Tudo. Mas olha só, você não ligou!

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